Relacionamentos

Quantas vezes recebo no consultório pessoas que trazem suas angústias referentes aos relacionamentos amorosos. As demandas são diversas, por vezes em virtude de um rompimento, traições afetivas, relacionamentos abusivos, dificuldades em se firmar em algumas relações que poderiam ser bacanas, ou o oposto, dificuldades de sair de relações que já não são nutritivas, os motivos são muitos.

Quando vamos nos aprofundando no processo terapêutico, e caminhando nas reflexões e no andamento do autoconhecimento, muitas vezes encontramos nas raízes dessas angústias não apenas as dores referentes aos processos de perdas afetivas, mas uma série de medos e inseguranças que trazem situações de sofrimento. Quando nos permitimos esse mergulho em nossa própria estória de vida, é possível encontrar, reconhecer e transformar as limitações que permeiam os insucessos afetivos, tais como o medo de ficar sozinho, medo de ser abandonado, medo de ser traído, medo de não ser aceito, medo de errar, além das crenças que vamos alimentando socialmente ao longo da vida.

Quando entramos em uma relação com toda a nossa carga de medos e inseguranças, já chegamos pesados. Quando depositamos no parceiro a esperança de não ficar sozinho, por exemplo, já estamos iniciando uma relação com propósitos distorcidos. E isso tudo pode caminhar para situações de insucesso, solidão ou relações abusivas. Então, se você percebe que alguns ciclos afetivos estão se repetindo em sua vida, e isso não está te fazendo feliz, talvez a solução não esteja na mudança do parceiro amoroso, e sim na sua transformação pessoal!

A forma com que nos tratamos e nos amamos não apenas diz muito sobre nós, como também diz para os outros ao nosso redor qual é o nosso referencial de amor e de cuidado. Então, o primeiro passo para ter relações de afeto e cuidado com quem está ao nosso redor, é começar a ter uma relação de afeto e de cuidado com nós mesmos. Até porque quando estamos nos sentindo amados e seguros, nem sequer permitimos que estejam ao nosso lado que não nos trate da mesma maneira.

Relacionamentos que nos despersonalizam, que nos fazem sentir inapropriados, insuficientes ou pouco aceitos e amados definitivamente não são saudáveis. A necessidade de se encaixar naquele lugar que não é nosso vai de fato nos afastando da nossa essência até não nos reconhecermos e não nos gostarmos mais. Por vezes estamos em relacionamentos abusivos e não nos damos conta, outras vezes não há uma outra pessoa nos colocando nesse lugar, mas somos nós mesmos que não estamos nos dando o devido valor e cuidado. O outro nos ama da forma que nos permitimos ser amados.

Você vem se amando ou se esforçando para ser amada?

Se priorizando ou se anulando?

Buscando seu espaço ou tentando caber em um espaço que já não tem a ver com você?

Te deixo hoje com essa reflexão…